Mulheres que incomodam, com Ana Prado

Mulheres que incomodam, com Ana Prado

Clara recebe Ana Prado falando sobre feminismo, situações engraçadas e o que é ser uma mulher BRABA!


O Olá, bruxas! está de volta, como sempre com mulheres incríveis e dessa vez falando sobre “Criadoras, mulheres que estão construindo futuros possíveis.”

Nenhuma de nós vai acordar em 10 anos em um futuro mais massa. Um futuro mais feminista, mais justo menos desigual. Isso não vai acontecer porque o futuro é construído todos os dias com escolhas, com omissões, com desejos e com ações, por cada uma de nós. E é por isso que a terceira temporada do Olá Bruxas vai trazer mulheres criadoras, mulheres que estão criando futuros melhores, mulheres que estão transformando o cenários para outras que virão.

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Eu sou Clara Fagundes, futurologista, comunicóloga, e esse é o meu podcast Olá, bruxas.


10# Mulheres que incomodam com Ana Prado

Clara Fagundes – De uma mulher braba para outra, converso sobre feminismo, situações engraçadas e sobre ser uma mulher braba.

Mulheres que incomodam, com Ana Prado
Ana Prado, convidada do Olá, Bruxas para o Episódio #10 Mulheres que incomodam.


Clara – Ana, seja muito bem-vinda, eu tô muito feliz!

Ana – Oláaaa! Eu também tô muito muito muito feliz de estar aqui, de estar rolando esse bate papo. Sabe que eu te adoro, sou mega fã do seu conteúdo, de você, então é uma honra para mim estar aqui!

Clara – É uma honra te ter como a primeira convidada da terceira temporada do Olá, bruxas. Estamos de volta! Vou explicar rapidinho a temporada para as bruxas que estão escutando: Como sempre, cada Temporada traz um novo tema, e o tema da vez é criadoras – ou seja, gente que está ajudando a criar futuros melhores, especialmente para mulheres.

Clara – Por isso, Ana, você pode se apresentar, contar um pouco sobre o que você fala na internet, quais são os seus propósitos, o que você anda fazendo.

Ana – Claro! Eu não me considero uma influencer ou algo assim do tipo, mas já me disseram que eu acabo influenciando, acaba acontecendo isso. Mas o que eu tento fazer, em primeiro lugar, é ser sincera. Q que eu já acho um pouco demais, porque eu não concordo com como as pessoas agem na internet, como elas se expõem de uma forma muito superficial, muito irreal. Eu já trabalho desde muito cedo no meio da moda como modelo, e eu sei o estrago que isso acaba causando na cabeça das pessoas, né. Porque a gente acaba vendendo algo que não existe, então eu tento mesclar meu trabalho e dizer: Não se iludam, isso aqui é um personagem, agora eu tô fazendo as fotos, estou gravando isso e tudo mais, mas é um personagem, a minha vida é normal. Todo mundo tem seus sentimentos, suas questões e tudo mais. Eu tento trazer isso mais para internet, eu gosto de escrever bastante, expor sentimentos. Porque estamos parecendo robôs, como se sentimentos fossem algo não permitido, algo feio, sendo que isso existe dentro de cada um de nós. Então é basicamente isso, dou algumas dicas lá que eu acho que pode ser útil para a galera. [risos].

Clara – Maravilhosa! Mas é isso, não é sobre ser influenciadora, é sobre estar contribuindo para futuros melhores. E aproveitando que você falou em sentimentos, tem algo que eu queria super conversar com você: Que as mulheres em geral não são ensinadas a desejar e sustentar esses desejos. Então como é que foi o processo de se tornar desejante para você? O que você deseja hoje?

Ana – Desejante tu te referes a quê?

Clara – A tudo que você quer. Porque a gente se acostuma muito a ouvir os desejos dos outros, a servir o que os outros querem, né? Mas o que VOCÊ quer? Quando você descobriu bancar os seus desejos?

Ana – Eu sempre fui um pouco fora da curva, eu nunca aceitei muito bem as coisas como elas são, sempre fui a revoltadinha, sabe? A rebelde sem causa. Eu já tentei me enquadrar a uma questão comportamental, porque a vida inteira disseram que o ideal pra ser feliz, pra ser uma pessoa aceita, é tu seguir um certo padrão comportamental que eu não tenho eu não consigo ter. Então eu falo, eu ponho o que eu sinto, eu exponho o que eu penso. Quando eu não tô satisfeita, eu falo mesmo, doa a quem doer. Eu tava tentando achar um equilíbrio nisso, para não me tornar uma sem noção, né? Então para mim foi um processo que foi acontecendo naturalmente, porque eu não consigo não ser. E a partir do momento que eu disse assim: Quer saber? Vai ter gente que vai gostar e vai ter gente que não vai gostar, e paciência, toca a tua vida, mulher! Vai ser feliz do teu jeito. Foi um processo.

Clara – Quando foi esse momento que você percebeu, você lembra?

Ana – Foi da adolescência para a vida adulta, sabe? Que eu saía e eu ficava muito doida, mas eu aproveitava muito, eu ria… [risos]. Daí tinha uma penca de gente que não gostava de mim, porque eu pegava gente para caramba… E eu disse: Quer saber? Eu tô feliz, eu tô satisfeita, por que eu vou me importar com o que estão pensando de mim? E anyway, se eu seguir o padrão que querem que eu siga, vão reclamar também. Então eu vou fazer o que eu sinto vontade, o que me traz satisfação, que me traz prazer. Eu tô aqui tentando me descobrir nessa terra, quem eu sou. Gostou, tá gostado. Não gostou, que pena! [risos].

Clara – Eu me identifico muito, porque eu defino isso como ser uma mulher braba. Geralmente a gente é treinada para ser mulher boazinha, para ser uma mulher que diz sim, que é dócil, que não se incomoda, que não ocupa espaços, tá ali praticamente pedindo desculpa por existir. E eu sou totalmente essa mulher braba, e para mim também foi no momento da adolescência que eu aceitei e comecei a ver isso que muita gente vê como um defeito, como uma qualidade – Eu arrasei!

Ana – Exatamente, eu também sou uma mulher braba! E eu sou, de fato, porque me obrigam a ser. Eu consigo ser doce, e carinhosa, coisa assim. Mas é só tu olhar ao redor, a forma como nós somos tratadas, a forma como o mundo se trata, é impossível tu ser essa pessoa sempre. Tu tem que ser muito hipócrita, tem que ser muito cego e muito egoísta para não ser uma pessoa revoltada, para não ser uma pessoa insatisfeita, sabe? Tanto que eu detesto aquele discurso “good vibes only”. É uma frase que eu tenho questões, porque geralmente quem carrega essa frase geralmente é aquele perfil de gente que vive numa bolha, e que realmente não enxerga o próximo. Então eu carrego esse brabeza, essa cara de braba, de revoltada. E tá tudo certo, eu gosto, porque é sinal de que eu não tô me enquadrando no que eu detesto na sociedade. Então eu vou falar, eu vou questionar, eu vou bater de frente. Porque querida, se eu nasci com toda essa força e toda essa vontade de falar, é um desperdício eu não falar e não bater de frente. [risos]. Porque as pessoas no geral não têm coragem, e se eu nasci corajosa, então vamos lá, coragem! Vai desagradar, mas paciência.


Continua…



Escute todo o episódio #10 Mulheres que incomodam com Ana Prado






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27 anos, nordestina em SP, publicitária graduada e pós graduada pela USP, escritora e apaixonadíssima por moda, cinema, viajar e sorvete. Fico entediada bem rapidinho com as coisas, então, costumo fazer várias ao mesmo tempo. Vivo à procura de encanto.

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