Começo com a categoria mais pedida, que foi Livro favorito do ano. E se você me acompanha no Olá Bruxas, que é o meu podcast, ou no Nada Fútil, que é o meu outro podcast com Carol, você já me ouviu falando desse livro porque eu fiquei um pouco obcecada…
LIVRO DO ANO
Calibã e a Bruxa – Silvia Federici
Já falei aqui no blog sobre o mito da bruxa. Nesse livro, Silvia faz uma relação entre a caça às bruxas na idade média, o patriarcado, o capitalismo e um contexto que parece atual até demais. Trata de desigualdade, machismo, exploração do corpo feminino… um livro que eu acho que toda feminista deveria ler!
All Too Well, uma análise pop de 6 coisas para aprender e levar pra vida.
Taylor Swift relançou “All Too Well”, uma música que estava em seu álbum Red (2012). A versão (com 10 minutos!) ganhou também um curta-metragem belíssimo dirigido pela cantora. Está disponível no Youtube:
“All Too Well” conta a breve história de amor entre Taylor e o ator Jake Gyllenhaal, que aconteceu quando ela tinha 20 e ele, 29 anos. Um padrão curioso: Jake hoje tem 40 anos e sempre se relaciona com mulheres bem mais jovens. Inclusive, sua namorada atual tem 25.
Pensando nessa e em outras situações comumente vivenciadas por mulheres que são retratadas pela cantora, trouxe 6 coisas para aprender com All Too Well!
O curta é estrelado por Dylan O’Brien (Teen Wolf) e Sadie Sink (Stranger Things). Vou adotar os nomes Sadie e Dylan para falar dos personagens.
1. As hierarquias nas relações
Todas as relações têm hierarquias.
Em relacionamentos amorosos isso não seria diferente. As opressões que operam na sociedade se refletem na forma como nos relacionamos.
No clipe, vemos um desequilíbrio nessa hierarquia, que ultrapassa o fato de homens terem mais poder social que mulheres. Afinal, embora “Dylan” tenha um chaveiro que diga “F*da-se o patriarcado”… ele se beneficia bastante dele.
Muito mais velho, ela o idolatra e ele consegue com facilidade diminuir o que ela sente e incitar nela inseguranças que não estavam ali antes, mas sem deixar de parecer um cara legal.
Que mulher nunca passou por isso?
2. Sentimentos não são ridículos
A cena da briga na cozinha. “Dylan” a convida para conhecer seus amigos, mas não a inclui na conversa e ainda a afasta quando “Sadie”, sentindo-se deslocada (até por ser muito mais nova), segura a mão dele em busca de conforto.
Depois do jantar, já a sós, ele pergunta por que ela está chateada e insiste. Mas, quando ela diz, reage como se o que ela sente fosse ridículo. Ela ainda diz: “você está fazendo eu me sentir estúpida!” e isso é muito simbólico.
Você não é estúpida por sentir. Nem ridícula. E não deveria ficar calada para não “estragar o clima do outro”. Ainda mais se foram as ações do outro que te causaram esse desconforto.
3. Não é pedir demais
“Nós éramos de verdade?” “Talvez, eu tenha pedido demais”. “Você me guardou como um segredo.”
Não é pedir demais querer ser amada, ouvida e entender os sentimentos do outro.
Sabe o cara que “prefere não definir nada” ou acha “mais gostoso escondido” ou se irrita com qualquer conversas sobre sentimentos por ser uma “DR chata”, coisa de “gente carente”?
O problema não é você, é ele.
4. Não vale a pena mudar para caber na vida do outro
No curta, sempre que está no universo de “Dylan”, “Sadie” aparece com roupas formais e cabelos lisos.
Quando está confortável, o cabelo natural aparece e as roupas mais leves e confortáveis também. Ela está sempre se esforçando para não se sentir deslocada, uma menina imatura, ao lado dele.
Se você precisa mudar para caber na vida do outro… Talvez, ele não deva caber na sua vida.
5. Crueldade ≠ sinceridade
“E você me liga de novo, só para me quebrar como uma promessa. Tão casualmente cruel, com a desculpa da sinceridade”.
O verso é curtinho, mas deixa um aprendizado importante e que as pessoas simplesmente esquecem – na vida offline e na internet.
Crueldade e sinceridade não são sinônimos. Nem toda “verdade” vale o risco de machucar a outra pessoa.
Nem toda “verdade” precisa ser dita. É possível “controlar” sua “sinceridade” se ela for cruel, viu?
6. Homens que só se interessam por mulheres mais novas…
Têm tesão no poder que conseguem exercer sobre elas.
Esses caras teriam que se comportar de forma bem diferente com mulheres da sua idade. E, certamente, seriam menos “adorados” por elas.
Além disso, há um padrão.
“Dylan” deseja “Sadie” por ser mais nova (não é um coincidência ele só se interessar por jovenzinhas), mas também condena a sua “imaturidade”, principalmente quando é conveniente para ele.
Reflita e repasse
Para aprender com All Too Well!
1. Sentimentos não são ridículos. Provavelmente, se alguém te faz sentir assim, ele está te manipulando.
2. Todas as relações têm hierarquias. E homens que só se interessam por mulheres mais novas têm tesão no poder que exercem sobre elas.
3. Crueldade e sinceridade não são sinônimos. Nem toda “verdade” vale o risco de machucar outra pessoa.
4. Se você precisa mudar para caber na vida do outro… Talvez, ele não deva caber na sua vida.
E aí, quantas dessas coisas você já aprendeu? O que achou do curta e da nova versão da música? Me conte nos comentários!
Compartilhe o post e mande para uma amiga que ama as músicas de Taylor 💖
Filmes incríveis sobre saúde mental para maratonar e popularizar o debate!
A garota ideal
Lars (Ryan Gosling) é um rapaz solitário e introvertido que perdeu a mãe, o pai e tem dificuldade de se conectar com as pessoas. Principalmente, por ter um medo terrível de abandono. Que mecanismo ele encontra pra lidar com isso? Bianca, uma boneca, com quem acredita viver um relacionamento.
E é um dos filmes mais bonitos sobre a importância da empatia e da comunidade ao lidar com transtornos psicológicos. Se todos tivessem a rede de apoio de Lars…
Um novo despertar
Assisti há 9 anos e até hoje lembro como me tocou. O protagonista, Walter, também projeta realidade em algo para lidar com problemas reais. Com depressão profunda, ele reencontra sentido na vida num fantoche de castor. E eu prometo: o filme é absolutamente encantador
Como já virou tradição aqui no DeClara, a lista com as 8 melhores séries de 2018 já saiu. Agora, chegou a vez dos 10 melhores filmes de 2018. A lista de filmes é sempre um pouco mais difícil, porque, embora assista a muitos seriados, a quantidade de filmes que vejo por ano beira os 300. Ou seja, muitas possibilidades de escolha. No entanto, estou segura das minhas, vamos começar?
Veja os vídeos com os meus favoritos de 2018 em cinema, séries, música, comida, moda e afins aqui:
TOP 10 melhores filmes de 2018
1. Bohemian Rhapsody
Bohemian Rhapsody. | TOP 10 melhores filmes de 2018.
O primeiro não poderia ser outro. Bohemian Rhapsody, a história de Freddie Mercury e, por tabela, da banda Queen. Uma experiência cinematográfica como poucas que já tive na vida, para arrepiar até a alma os fã da banda, de rock, de Freddie e – o meu caso – os fã de cinema.
2. Ilha dos cachorros
A Ilha dos Cachorros. | TOP 10 melhores filmes de 2018.
Um filme de Wes Anderson, um dos meus diretores favoritos. Sou suspeita? Talvez, mas a crítica e os cinéfilos também amaram, então posso apenas chamar de bom gosto. A história se passa na cidade de Magazaki, no Japão, em uma realidade distópica onde o prefeito corrupto Kobayashi proíbe cachorros de morarem lá, levando todos para a ilha dos cachorros, um lixão. O seu sobrinho, Atari, que ama o seu cachorro, decide fugir e atrás dele – apesar da lei, do lixo, dos outros cachorros da ilha, traumatizados com humanos. Eu amei. Não é uma animação infantil, é uma animação adulta que entrou pros meus favoritos do Filmow e pra essa lista dos TOP 10 melhores filmes de 2018. Clique para ler mais
Vejo filmes com uma frequência média de um a cada dois ou três dias. Ou seja, são muitos filmes por mês e muitos mesmo filmes por ano. Por isso, nesse climinha mais intimista com que tenho levado alguns posts do blog nos últimos tempos, decidi abrir uma nova série por aqui, com listas dos 4 últimos filmes que vi.
A ideia é: a cada 2 semanas ou um mês, parar para selecionar, dentre os últimos 10 filmes que já vi, 3 que eu recomendo e 1 que vocês podem evitar sem perder nada. Clique para ler mais